terça-feira, 19 de outubro de 2010

Sesi apresenta diagnóstico de saúde do trabalhador da indústria


No Paraná, 34.453 trabalhadores, de 208 indústrias, responderam questionários. O projeto é do Sesi Nacional e em todo o Brasil alcançou 355.858 trabalhadores, de 2.463 empresas

O Diagnóstico de Saúde e Estilo de Vida do Trabalhador da Indústria, realizado pelo Serviço Social da Indústria (Sesi) do Paraná, envolveu 34.453 industriários do Estado e mostra que 9,7% deles estão obesos, 27,2% tiveram medida de pressão arterial alterada, sendo que a maioria não tinha diagnóstico médico anterior do problema. Outro dado é que 14,3% dos trabalhadores participantes têm indícios de transtornos de depressão e ansiedade.
Os resultados do Diagnóstico do Paraná foram apresentados nesta segunda-feira (16), pelo diretor-superintendente do Sesi Paraná, José Antônio Fares, que ressaltou dois importantes dados obtidos pelo levantamento. Um deles é que grande parte dos trabalhadores não tem o hábito de cuidar da própria saúde. Outro é que já existe nas empresas atitude mais preventiva e conscientização dos seus funcionários no que se refere à qualidade de vida.
“Há alguns anos, prevenção de doença e promoção da saúde eram tratadas como programas complementares. Hoje essas questões devem integrar a estratégia de negócio das empresas. Elas devem desenvolver programas de sensibilização de suas lideranças, para que atitudes de prevenção, de hábitos saudáveis e cuidados com a saúde sejam disseminados na organização”, afirmou Fares.
Em todo o país - Projeto do Sesi Nacional, desenvolvido pelos departamentos regionais da entidade de todos os Estados, o Diagnóstico de Saúde e Estilo de Vida do Trabalhador envolveu em todo o País 355.858 trabalhadores de 2.463 indústrias.
No Paraná, em relação ao estilo de vida, o Diagnóstico apontou que mais da metade dos trabalhadores participantes (54%) não consome frutas e verduras diariamente; 5,3% consomem sal em excesso e 41,1% consomem refrigerantes mais de três vezes por semana. Além disso, 35,7% não praticam atividade física suficiente para beneficiar a saúde; 32,1% não praticam atividade física no lazer; 9,6% são fumantes e 1,2% consomem bebidas alcoólicas em excesso.
Outro dado é que dos 14,3% dos trabalhadores que apresentaram resultados indicando transtornos de depressão e ansiedade, 83,9% não referiram diagnóstico médico anterior.
“As empresas têm de estar sensíveis a este problema, que vem crescendo em todos os segmentos sociais. Não dá para pensar no ser humano como pessoas distintas dentro do ambiente de trabalho e fora dele”, disse Fares. “Há uma série de acertos que podem ser feitos, como a transparência na comunicação, a possibilidade de crescimento profissional, a preparação para trabalho em equipe”, declara.
No Paraná, o levantamento teve início em novembro de 2007 e até o dia 9 de fevereiro de 2009 já envolvia 34.553 trabalhadores, de 208 empresas. A maioria delas já recebeu relatório sobre sua situação, em particular. O levantamento continua sendo realizado, junto a indústrias de todas as regiões do Estado.
O trabalho resulta da preocupação do Sesi em propor soluções às empresas, adequadas às necessidades de cada uma delas. O Diagnóstico foi ofertado gratuitamente às empresas. A partir do relatório, O Sesi poderá propor soluções efetivas e sustentáveis, como a reorganização de benefícios, o que contribuirá para o aumento da produtividade industrial.
Saúde e estilo de vida – Para o diagnóstico foram levantados dados sócio-demográficos, estilo de vida (atividade física, alimentação, consumo de álcool e tabagismo), presença de doenças crônicas não transmissíveis (hipertensão, diabetes, obesidade e câncer), avaliação da qualidade de vida, presença de distúrbios de ansiedade e depressão, detecção de obesidade, medida da pressão arterial, da glicemia (quantidade de açúcar no sangue) e exame odontológico.
Os trabalhadores responderam a 90 perguntas, cujas respostas foram coletadas por meio de entrevista. No que se refere às Doenças Não-Transmissíveis, os dados do Paraná apontam que dos 34.453 trabalhadores participantes, 12,2% têm problema de coluna; 6,6% têm hipertensão; 6,2% têm tendinite ou LER; 6% apresentam depressão. Os que têm diabetes representam 1,9% do total.
Entre os participantes, 12,9% não consultaram o médico e nem o dentista nos últimos 12 meses; 7,7% não mediram a pressão arterial nos últimos dois anos e 20,4% não possuem plano de saúde. Questionados quanto à ausência no trabalho, 36,1% relataram um dia de absenteísmo devido a problemas de saúde e 14,83% por acidente de trabalho.
Vazamento de amônia ocorre em agroindústria em SC


Morro Grande/SC - O operário de 37 anos de uma agroindústria localizada em Morro Grande/SC, morreu na manhã do dia 16 de outubro. Ele estava internado desde 7 de agosto, após ter sido vítima, junto com outros três colegas, de um acidente de trabalho. Os funcionários faziam um trabalho de manutenção quando ocorreu um vazamento de amônia, que provocou queimaduras externas e internas (por inalação) nas vítimas.
Este que faleceu foi o único que sofreu ferimentos mais graves e precisou ficar internado. Os demais foram liberados e se recuperavam em casa. De acordo com o diretor clínico do hospital, Antônio Althoff, Ricken estava em coma induzido por ter sofrido queimaduras graves na face, região do pescoço, tórax e nas vias aéreas pela inalação do gás (queimadura a frio), o que provocava insuficiência respiratória.